“A vítima está profundamente abalada, com suas atividades rotineiras prejudicadas”, disse a advogada da jovem estuprada em Paranaguá

Um caso de estupro ocorrido em um posto de combustível desativado no dia 23 de fevereiro chocou a população de Paranaguá. O crime, que gerou grande repercussão, segue sob investigação das autoridades locais.

A vítima, uma jovem de 25 anos, relatou ter sido forçada a manter relações sexuais com um rapaz de 20 anos, após saírem de uma casa de shows na madrugada do dia 23 de fevereiro. Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima se recusando a acompanhá-lo, mas ele insiste, a puxando pelo braço e a arrastando para um corredor. No áudio, é possível ouvir a vítima dizendo “não” diante da atitude do autor.

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Doutora Thaise Mattar Assad é a advogada da vítima. Foto: Redes sociais

Nossa equipe de jornalismo conversou com a advogada da vítima, Dra. Thaise Mattar Assad, sobre o impacto do crime em seu dia a dia.

“A vítima está profundamente abalada, com suas atividades rotineiras prejudicadas. No entanto, ela está recebendo o apoio necessário”, afirmou.

A advogada destacou que o caso mobilizou sua decisão de advogar para a vítima.

“Tomei conhecimento do caso por meio da imprensa e, logo em seguida, fui procurada por pessoas próximas da vítima e pela própria vítima”.

Inicialmente, foi divulgado que o acusado, um jovem de 20 anos, estaria sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. No entanto, conforme apuração realizada pela equipe de jornalismo da Folha do Litoral News, foi confirmado que o indivíduo não está sob monitoramento eletrônico.

“A informação que temos é que o agressor não compareceu para instalar a tornozeleira eletrônica. Este fato é muito grave e nos traz a certeza de que a decisão judicial que determinou apenas essa medida não foi suficiente. É realmente frustrante para a vítima sofrer uma violência tão brutal, registrada quase que em sua totalidade por imagens e áudio, e ver que isso não despertou no Poder Judiciário a preocupação com a necessidade de prisão do agressor. Além disso, essa situação também gera uma sensação de insegurança para toda a sociedade, especialmente para as mulheres”, declarou Dra. Thaise.

A advogada finalizou expressando seu descontentamento com o fato de o autor do crime não ter tido sua prisão preventiva decretada pelo Poder Judiciário.

“Este crime se destaca entre os demais crimes sexuais porque, diferentemente da maioria, está amparado por provas de áudio e vídeo que não deixam dúvidas sobre a prática criminosa. Infelizmente, na maioria dos casos, a mulher vítima de estupro não consegue gravar a situação, e a prova se resume à sua palavra. Apesar de a palavra da vítima ter valor como prova perante a Justiça Brasileira, o que causa perplexidade neste caso é que, mesmo com uma gravação mostrando a vítima gritando ‘não’ e implorando para não ser estuprada, isso não tenha sido suficiente para gerar a prisão preventiva do agressor.”

O caso segue sob investigação, e a sociedade aguarda novas decisões das autoridades competentes.

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