Allyson é candidato ‘espontâneo’ e já andou ‘metade do caminho’, diz Agripino

A possível candidatura do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, ao governo do Rio Grande do Norte tem gerado especulações no meio político. Para o ex-senador e presidente estadual do União Brasil, José Agripino Maia, a ascensão do prefeito ocorre de forma natural, sem que ele tenha formalizado qualquer intenção.

“Você já viu alguma declaração dele dizendo ‘eu sou candidato a governador’? Ele nunca disse. Diferente de outros que se colocaram de forma explícita. Ele é um candidato de geração espontânea”, afirmou Agripino.

O ex-senador reconhece que Allyson se tornou um fenômeno político no Estado, mencionando seu desempenho nas urnas, já que ele foi reeleito com 78% dos votos e saiu das eleições 2024 com quase 200 mil eleitores. Segundo Agripino, esse respaldo se deve à qualidade da gestão em Mossoró. “O que mais interessa na política é gestão. E ele tem disposição, garra e metas. Quem tem essas qualidades já percorreu metade do caminho”, avaliou.

Apesar do favoritismo apontado em pesquisas, Agripino diz que Allyson mantém o foco na administração da cidade. “A prioridade dele é ser prefeito de Mossoró. Agora, isso tem consequência. Quanto melhor prefeito ele for, mais prestígio ele terá para ser um grande candidato ao que quiser”, disse.

Questionado sobre a posição do União Brasil, Agripino afirmou que o partido tem Allyson como uma aposta natural para 2026, mas ponderou que a decisão dependerá das condições eleitorais. “Se ele for o melhor candidato, ele será. Mas isso tem que ser medido com humildade e pela percepção popular”, concluiu.

Centro-direita dividida pode entregar governo do RN ao PT, aponta líder do União Brasil

O presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte fez um alerta sobre o risco de fragmentação da oposição nas eleições de 2026. Para ele, se os partidos de centro-direita não caminharem juntos, o PT pode acabar vencendo a disputa pelo governo estadual.

“A governadora pode até ser Allyson Bezerra, pode ser Álvaro Dias (Republicanos), pode ser Rogério Marinho (PL), pode ser Styvenson Valentim (PSDB). Mas, se a oposição quiser vencer, precisa se unir. Caso contrário, pode entregar a eleição ao PT”, disse Agripino.

O ex-senador defendeu que a escolha do candidato ao governo seja feita com base em pesquisas. “Se quisermos ganhar, temos que trabalhar com quem tem mais força. Se for Allyson, será ele. Se for Álvaro, será ele. O critério tem que ser a viabilidade eleitoral, não um desejo pessoal”, argumentou.

Agripino alertou que a divisão pode ter impacto também na eleição para o Senado. “Se cada um resolver lançar seu próprio candidato, corremos o risco de perder a eleição para o governo e ainda eleger um senador do PT. Se isso acontecer, será um erro nosso”, afirmou.

Para evitar esse cenário, ele defende que as lideranças da oposição busquem uma candidatura única já no primeiro turno. “Temos que aprender com o passado. O Ceará, por exemplo, sempre baixa as bandeiras partidárias depois das eleições para trabalhar pelo estado. Precisamos fazer o mesmo”, concluiu.

Nem Lula nem Bolsonaro serão candidatos, aposta ex-senador

O ex-senador José Agripino acredita que a polarização entre o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não chegará às eleições de 2026 e que nenhum dos dois será candidato na próxima eleição presidencial.

“Acredito que essa bipolarização não vai perdurar. Dentro em breve, teremos um desfecho sobre Bolsonaro por conta do 8 de janeiro. E essa discussão sobre Lula e Bolsonaro vai se tornar muito mais clara”, afirmou.

Bolsonaro está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas seus aliados tentam reverter a situação no Supremo Tribunal Federal (STF). Para Agripino, independentemente do desfecho jurídico, o campo da direita já precisa pensar em outro nome.

“Vai surgir uma candidatura viável nesse campo. Pode ser Tarcísio de Freitas (governador do Estado de São Paulo eleito pelo Republicanos), pode ser Romeu Zema (governador do Estado de Minas Gerais reeleito pelo Novo), pode ser outro. Mas o Brasil precisa olhar para o futuro e não ficar preso nessa polarização”, disse.

O ex-senador também não acredita que Lula será candidato à reeleição. “Nem o próprio PT tem certeza disso. Muita coisa vai acontecer até lá”, afirmou. Para Agripino, o ideal seria que o Brasil encontrasse um nome de centro para fugir da disputa entre extremos. “Nem extrema-direita, nem extrema-esquerda. O caminho do país é o centro”, concluiu.

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