Crise de saúde mental no Brasil atinge recorde histórico em 2024

Mais de 470 mil afastamentos por ansiedade e depressão foram registrados, o maior número em dez anos, com impacto financeiro superior a R$ 3 bilhões.

Afastamentos por transtornos mentais batem recorde

O Brasil registrou 472.328 licenças médicas por transtornos mentais em 2024, um aumento de 68% em relação a 2023, quando foram contabilizados 283.471 afastamentos. Este é o maior índice dos últimos dez anos, superando os 221.721 registros de 2014. Os dados são do Ministério da Previdência Social.

Principais causas dos afastamentos

Entre os motivos mais comuns estão os transtornos ansiosos, com 141.414 casos, e os episódios depressivos, que somaram 113.604 licenças. Juntas, essas condições representaram mais de 255 mil afastamentos no ano passado.

Impacto financeiro ultrapassa R$ 3 bilhões

Com uma média de três meses de afastamento e pagamentos mensais em torno de R$ 1.900, os custos totais podem ter superado a marca de R$ 3 bilhões em 2024. O cenário reforça a necessidade de ações para promover a saúde mental no ambiente de trabalho.

Estados com mais afastamentos

São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro lideram em números absolutos de licenças. Proporcionalmente, o Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram os maiores índices. No Rio Grande do Sul, fatores como as enchentes que desabrigaram milhares podem ter agravado a situação.

Mulheres são as mais afetadas

O perfil dos trabalhadores afastados revela que 64% são mulheres, com idade média de 41 anos, predominando diagnósticos de ansiedade e depressão. Especialistas apontam que a sobrecarga de trabalho, a dupla jornada e as desigualdades salariais contribuem para esse cenário preocupante.

Este panorama evidencia a urgência de medidas efetivas para apoiar os trabalhadores e mitigar os efeitos da crise de saúde mental no país.

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