Após 10 anos, empregada doméstica fala sobre repercussão de ter desfilado sem tapa-sexo: ‘Não sei como tive coragem’


Joice Roberta Costa Benho foi destaque de um dos blocos que desfilou no sambódromo de Bauru no carnaval de 2015. Com 19 anos na época, ela desfilou sem o acessório de proteção das partes íntimas, apenas com o corpo pintado. Joice hoje tem 29 anos e lembra que se inspirou na Globeleza para desfilar no sambódromo de Bauru apenas com o corpo pintado
Arquivo pessoal
“Eu tinha me inspirado na Globeleza, eu adorava a pintura dela, na época eu queria ser uma Globeleza”, conta a empregada doméstica Joice Roberta Costa Benho sobre a sua primeira e única participação no desfile de blocos e escolas de samba em Bauru (SP).
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A então jovem passista, com 19 anos no carnaval de 2015, chamou atenção ao entrar no Sambódromo da cidade em um carro alegórico do extinto bloco Consulado apenas com o corpo pintado sem uso do acessório de proteção das partes íntimas, conhecido como tapa-sexo. (Veja mais sobre o acessório no vídeo no fim da reportagem).
Hoje, aos 29 anos, casada e com uma filha de 5 anos, Joice disse, em entrevista ao g1, que não sabe como conseguiu vencer a timidez e desfilar dessa forma.
“Eu lembro e não acredito que eu tive coragem de fazer isso porque eu sempre fui uma pessoa tímida, mas eu era nova também, tinha 19 anos, solteira. Hoje com quase 30 anos não teria essa coragem de desfilar pintada assim.”
Joice com 19 anos como destaque do carro alegórico do bloco em Bauru
TV TEM/ Reprodução/ Arquivo
Joice conta que aquele carnaval de 2015 foi o primeiro e último desfile que ela participou na vida. Além do desfile no bloco no primeiro dia de carnaval da cidade há 10 anos, ela voltou para o sambódromo no dia seguinte para desfilar para escola Coroa Imperial, dessa vez com uma fantasia.
Na época, a jovem explicou que havia perdido tapa-sexo, que descolou durante o concurso de rainha do carnaval, e que não tinham condições de comprar outro para o desfile.
“Ele não estava colando, caiu e tinha duas opções – ou descia do carro alegórico ou desfilava sem ele. Como eu estava muito eufórica no dia, decidi que ia sem o tapa-sexo mesmo”, lembra.
Joice desfilou no sambódromo de Bauru apenas com o corpo pintado após perder o acessório de proteção das partes íntimas
TV TEM/ Reprodução/
Em 2015, o fato teve repercussão nacional em meio a outras polêmicas relacionadas a essa proteção das partes íntimas e Joice lembra que sofreu com comentários e críticas que recebeu na época.
“Teve bastante gente que me xingou nas redes sociais, falando que foi uma falta de respeito. Isso abalou sim, porque depois disso nunca mais sai no carnaval. Hoje para mim, o carnaval é uma festa que acompanho só da arquibancada”, afirma.
Apesar desta parte negativa da repercussão, Joice ressalta que não se arrepende e guarda uma lembrança boa da experiência.
“Tenho lembranças boas dessa época, eu guardo esse dia com muito carinho. De certa forma realizei meu desejo de sair no carnaval, como falei eu era mais nova, solteira e queria saber de dançar.”
Conheça mais sobre o tapa-sexo usado no carnaval
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