Opinião: “O Carnaval de rua voltou! Viva Maceió!”

Produtor cultural Carlito Lima (capitão da reserva do Exército e ex-prefeito da Barra de São Miguel):

 

“Nos anos 40/50/60, o carnaval de rua de Maceió iniciava 15 dias antes com a Maratona Carnavalesca na Rua do Comércio, tendo uma orquestra de frevo em cada esquina e o corso rolando. Toda noite o Centro da cidade lotava de foliões e apreciadores de carnaval que ficavam assistindo da calçada o povo dançar e se esbaldar.

No domingo anterior ao carnaval era vez do Banho de Mar à Fantasia pela manhã na Avenida da Paz. Com concurso de Blocos de Frevo, de Troças, de Escolas de Samba. A multidão atulhava a Avenida com fantasias de papel, depois mergulhava no mar.

De repente, a cerca de 15 ou 20 anos, o carnaval de rua de Maceió desapareceu. Os moradores da cidade começaram a procurar a folia em outros locais, como Recife, Salvador, deixando um vazio na cidade.

A abrangência da economia criativa, que tem como matérias primas a inteligência e a criatividade humanas, recursos que, se bem trabalhados, tendem ao infinito. Sendo assim, com possibilidades praticamente ilimitadas, a economia criativa pode ser considerada revolucionária.

O carnaval constitui-se numa das mais conhecidas expressões culturais do Brasil, pode ser visto como uma síntese da economia criativa, uma vez que nas suas diversas formas de manifestação explora de forma extraordinária a inteligência e a criatividade do brasileiro.

Nessas diferentes formas de manifestação carnavalesca estão presentes diversos atores da economia criativa. Por exemplo: Na música, desempenham papel fundamental os compositores, os puxadores de blocos, os instrumentistas. Passando para os quesitos artes visuais, artes cênicas e dança, assistimos, ano após ano, um show de criatividade e bom gosto de designers, coreógrafos, estilistas, figurinistas, roteiristas, costureiros, maquiadores, artesãos, bailarinos e passistas.

Na retaguarda de papel relevante na preparação e execução dos serviços, estão os publicitários, os decoradores, os gráficos, os profissionais de rádio e TV, os chefs de cozinha e uma enorme gama de colaboradores da cadeia turística, envolvendo os segmentos de transporte, hospedagem, alimentação e entretenimento. Beneficiando-se do fluxo de turistas que acorrem às principais localidades com atrações carnavalescas. Na cadeia da Economia Criativa ainda tem o pessoal de apoio: ambulantes, taxistas, costureiras, restaurantes, bares, pousadas, hotéis, montadores, etc…

Maceió está perdendo dinheiro e muito dinheiro em não ter carnaval durante os dias de Carnaval. Nos quatro dias de carnaval viajam 200 mil maceioenses em busca de folia para várias cidades. Se cada um maceioense que viaja, gastar R$ 1.000,00 durante o carnaval. São R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões) que deixam de circular em Maceió durante o carnaval. Carnaval é renda e emprego.

O Bloco da Nêga Fulô foi criado em 2016 por um grupo de foliões de diversos bairros e classes sociais que não conformado com o esvaziamento da cidade, para incentivar o Carnaval de Rua e abrir um espaço para o povo se extravasar O Bloco da Nêga Fulô desfila todos os domingos de carnaval, com muito entusiasmo, com foliões de todos os bairros da cidade, aberto, sem corda, gratuitamente para toda população, mostrando a viabilidade do carnaval de rua em nossa cidade. Esse ano de 2025 o desfile terá início às 14:30 nos 7 Coqueiros até o Alagoinha, domingo, 2 de março…”

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