RECORDAR É VIVER! CORNETINHA, O REI MOMO

Amílton Aquim

Houve um personagem que marcou sua passagem através dos carnavais de Paranaguá, onde ele era a grande atração.

Antônio Leandro da Costa, rei momo, o “Cornetinha” morreu. Havia ainda vago pelo ar o cheiro e o eco do Carnaval de 1963, o mias desanimado dos carnavais ocorridos em nossa cidade, tradicionalmente conhecida como cidade dos grandes carnavais do Brasil.

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Antônio Leandro da Costa, como todos os meninos, gostava das tradicionais brincadeira das crianças da época.

Exerceu, homem feito, a função de alfaiate, e seu irmão de músico, ambos verdadeiros artistas, um na tesoura e outro na arte musical.

Antônio era alfaiate de agulha e máquina, um verdadeiro astro na confecção de roupas, demonstrando sua incontestável capacidade na arte.

Cornetinha casou-se com Maria, filha de Antônio Carroceiro, que morava nas bandas do Palmital e vivia relativamente feliz sua mulher que era também costureira e muito ajudava no sustento dos filhos que eram três, sendo dois meninos e uma menina.

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A vida de Antônio Leandro corria regularmente. Meteu na cabeça mudar-se para Curitiba. E o fez. Quando voltou para sua terra, parece que foi somente para aqui deixar a família abandonada tristemente […]

Cornetinha trocava o dia pela noite.

Virara boêmio. Mas um boêmio diferente de todos os outros, pois não fumava nem bebia, mas jogava.

Vivia nas ruas de madrugada sem rumo. […]

O personagem Antônio Leandro da Costa se dedicava de corpo e alma à folia de momo, e durante os quatro dias esquecia até da profissão de alfaiate, desfilando como rei momo dos nossos carnavais. Certa vez aconteceu um fato hilariante, pois os concursos para a escolha do rei momo eram feitos através da indicação da própria municipalidade, no caso a Prefeitura. Certa vez, num dos carnavais, o concurso para a escolha do rei momo e da rainha passou a ser através de cupons do jornal “Diário do Comércio”.

Não se conformando de perder pela primeira vez o trono através de votação popular, saiu durante o carnaval num carro atrás do novo rei momo, trazendo uma faixa com os seguintes dizeres: “Eu sou o primeiro e único rei momo dos carnavais de Paranaguá.”

Ao escrevermos sobre a figura de Antônio Leandro da Costa (Cornetinha), lembramos daquele que foi, ao longo dos anos uma figura folclórica e até irreverente, que marcou uma passagem inesquecível, merecendo sempre ser lembrado por tudo aquilo que ele proporcionou aos foliões dos velhos e tradicionais carnavais de Paranaguá.

Referências: Constelação Carijó ´Centro de Letras de Paranaguá “Leôncio Correia” – 2004

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