Isolado e ressentido, Jean Paul critica escolha do PT para 2026

Em entrevista a uma rádio local, nesta segunda-feira (24), o ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, criticou a forma como o secretário estadual da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, foi escolhido para representar o PT na chapa majoritária que disputará o Governo do Estado em 2026. Ele disse que a indicação de Cadu, como é conhecido o secretário, não foi discutida internamente, sugerindo que a governadora Fátima Bezerra praticava “caciquismo no PT”.

“Já aconteceu, não sei se a governadora ou se a entourage da governadora, mas já aconteceu com [a escolha de] Carlos Eduardo para senador [em 2022]”, declarou, relembrando que, naquele ano, quando era senador, foi preterido de disputar a reeleição em favor do ex-prefeito de Natal, que perdeu a disputa para o senador Rogério Marinho (PL).

Para Jean Paul, a escolha de Carlos Eduardo, que havia sido adversário da governadora em 2018, tendo inclusive apoiado a candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi um entendimento “completamente estapafúrdio”. Apesar disso, ele aceitou a indicação para ser primeiro suplente do ex-prefeito de Natal.

Apesar de dizer que a escolha de Carlos Eduardo foi “estapafúrdia”, Jean Paul aceitou ser o primeiro suplente dele em 2022. Foto: Divulgação

“Em tese, haveria a possibilidade, é praticamente uma regra consuetudinária do PT, que quem está no cargo e está exercendo bem o cargo, eu não acredito que eu estivesse exercendo mal, tivesse o direito de disputá-lo. Mas houve um entendimento de que trazendo o Carlos Eduardo para a chapa de Fátima, mesmo que isso soasse completamente estapafúrdio, porque ele tinha acabado de ser candidato contra ela, a eleição ficaria mais fácil, sendo que ela ganharia no primeiro ou segundo turno de qualquer forma”, analisou.

Jean disse que, assim como aconteceu em 2022, não estaria havendo debate interno novamente agora sobre a escolha do candidato do partido para 2026.

“A estratégia sempre foi não vamos falar nisso agora, é cedo demais e em cima da hora decide alguma coisa que ninguém consegue nem reagir. Isso aconteceu naquela época e agora parece estar acontecendo de novo, só que de uma forma muito precoce”, criticou.

Apesar de críticas, Jean elogia Cadu

O ex-senador ressalvou que Cadu é “um excelente quadro do Partido dos Trabalhadores” e que “é perfeitamente possível que ele seja o candidato” a governador”, mas ponderou que “isso tem que ser discutido”.

Jean sugeriu que o lançamento do nome de Cadu seria um “balão de ensaio” e pregou que é preciso ter uma “estratégia inteligente” para definir a chapa governista de 2026. Ele lembrou que o vice-governador Walter Alves (MDB) é um “potencial candidato” a governador caso Fátima renuncie ao cargo para disputar uma das duas vagas ao Senado Federal.

“Existe um vice-governador que tem um cabedal, tem uma experiência política, tem um grupo político importante, inclusive de prefeitos, que é um potencial candidato e só ele, somente ele pode decidir [se quer ou não ser candidato]”, pontuou.

Jean também citou o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), como possível candidato a governador afirmando que ele é “uma pessoa fortíssima, conhecidíssima e um político de grande capacidade”.

“Aí você ignora essas três coisas e simplesmente sai para um cenário qualquer? Não, nós temos que passar por todos esses estágios”, pregou, dizendo que Walter e Ezequiel precisam ser ouvidos e também têm direito de serem testados como “balões de ensaio”.

Cadu aguarda definição de Walter

Foto: Assessoria Walter Alves

O secretário Cadu Xavier confirmou, em entrevista à imprensa, que colocou seu nome para a disputa de 2026, mas não sabe ainda se será candidato a governador ou a vice. Tudo, segundo ele, vai depender da decisão de Walter Alves, que é o “candidato natural” do grupo.

Um fonte próxima do vice-governador revelou que Walter ainda não decidiu nada e que não descarta, inclusive, assumir o governo e não concorrer a nada, o que abriria caminho para Cadu ser o candidato a governador em 2026.

Cadu disse à reportagem da Agência Saiba Mais que aguarda uma definição de Walter, assegurando que a prioridade é do vice-governador. Na última segunda-feira (17), os dois conversaram sobre as eleições do próximo ano e, segundo o secretário, o vice-governador reafirmou que, independentemente da decisão que tomar, seguirá com o grupo governista em 2026.

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