Decisão judicial e nomeações suspeitas afetam entidade de cooperativas em Alagoas

Do portal “Capital Brasília”:

“A recente nomeação de João Caldas como superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras em Alagoas (OCB-AL) tem gerado debates sobre o uso de influência política na entidade. A escolha foi confirmada pela nova presidente da organização, Verônica Medeiros, após a aprovação do Conselho de Administração. No entanto, a decisão levanta suspeitas, pois Verônica Medeiros assumiu a presidência da OCB-AL por indicação do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas.

A ligação entre a gestão municipal e a nova diretoria da OCB-AL se tornou mais evidente após a nomeação de Vitor Soares Braga como secretário de Educação de Maceió. Ele é filho do juiz José Braga Neto, responsável por uma decisão judicial que encerrou a intervenção na OCB-AL e possibilitou a posse de Verônica Medeiros. Essa conexão gerou reações entre cooperativas locais, que questionam a imparcialidade da decisão.

Nos últimos anos, a OCB-AL esteve sob intervenção judicial devido a suspeitas de irregularidades em seus processos eleitorais. Documentos anexados ao processo indicam que a entidade enfrentou denúncias de desvio de recursos e irregularidades administrativas. Entretanto, o juiz Braga Neto, ao assumir a 13ª Vara Cível da Capital, deu andamento a decisões favoráveis ao grupo político que agora controla a entidade.

A nomeação de João Caldas como superintendente, por sua vez, levanta dúvidas sobre a independência do setor cooperativista em Alagoas. Embora cotado inicialmente para a presidência da OCB-AL, sua falta de vínculo com cooperativas impossibilitou sua escolha para o cargo. Verônica Medeiros, que possui experiência no setor como dirigente da Unimed de Palmeira dos Índios, foi então escolhida para a presidência, mas há suspeitas de que sua gestão sirva apenas para manter o controle do grupo ligado a JHC e João Caldas.

A decisão judicial que encerrou a intervenção na OCB-AL também tem sido criticada por ignorar evidências anexadas ao processo, segundo cooperativas que ingressaram com pedidos de esclarecimento. A assembleia que confirmou a presidência de Verônica foi realizada com baixa participação de cooperativas filiadas, o que intensifica os questionamentos sobre a representatividade da nova gestão.

Diante desse cenário, cooperativas alagoanas aguardam um posicionamento do Judiciário sobre as solicitações de revisão do processo. O caso evidencia como relações políticas e decisões judiciais podem influenciar a gestão de entidades representativas, impactando diretamente o setor cooperativista do estado.”

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