Marca potiguar estreia coleção inspirada em Ginga com Tapioca

Com moda, mão de obra e estilo potiguar, a Lura estreou seu primeiro desfile nesta terça-feira (27), com o tema “Ginga com Tapioca”. O evento, que aconteceu no Complexo Cultural da Rampa, apresentou temas com símbolos regionais, diversidade e representatividade. 

Criada em 2023, a marca tem como objetivo construir uma nova identidade dentro da moda do Rio Grande do Norte e busca fugir de estereótipos nordestinos ao mesmo tempo que busca exaltar a cultura potiguar. A Agência Saiba Mais esteve presente no evento e conversou com os criadores e desenvolvedores do evento. 

Os fundadores da marca Iran Honório e Luciano Medeiros explicaram que a ideia do evento é fugir de reforçar estereótipos nordestinos reforçados pela grande mídia e valorizar a cultura do estado.

“Tudo isso que apela para a moda no Nordeste já é muito pejorativo, quando a gente vê a linha do cangaço, a linha do couro e das praias e apenas das festas. Isso isola o Rio Grande do Norte e o Nordeste em si. A Lura vem mostrando que o Nordeste não é só uma faceta de tempo. Ele é constante e o orgulho de estar aqui é muito maior do que qualquer outra coisa.”, explicou Iran Honório, cofundador da marca.

Fotos: Jair Libânio

“A gente veio exatamente para passar essa impressão de que é esse orgulho nordestino e o que é ser a moda nordestina em si. Ela vem muito mais sobre tirar tudo aquilo que a gente já entendia como pejorativo. E a gente veio mesclando exatamente com essa ginga com tapioca pra não ficar tão mais do mais”, completou

“Ser potiguar é ser chique”, pontua Brunna Vini

A modelo e diretora geral de criatividade da marca, Brunna Vini, explicou que o intuito da nova coleção é mostrar que a moda é potiguar é de feita de um jeito novo. “Esse nosso orgulho vem daí. A gente quer mostrar que a gente é daqui, mas do nosso jeito. A gente procura esses mix profissionais unidos da melhor forma e a gente acredita muito no trabalho coletivo como um todo. Quando a gente tem um set que, para além da representatividade ocupacional, existe uma representatividade de excelência profissional, faz com que tudo gire e todo mundo se respeite e consiga criar.”, detalha.

A originalidade de Natal e a necessidade de revitalizar esse espaço urbano foi o que inspirou a coleção, como explicou o diretor criativo Gustavo Adrio. “Trazer essa história originária de Natal, esse orgulho potiguar e fazer aqui nesse lugar, um lugar revitalizado e moderno, mas onde Natal começou. O Centro Histórico de Natal é muito rico. E trazer essa riqueza, mostrando na passarela a potência potiguar, a potência nordestina”, disse.

A diretora criativa ainda explicou que, para inserir representatividade na marca, para além do público, foi necessário trazer para dentro da coleção profissionais de excelência que ocuparam esse espaço.

“Desde a nossa direção de style, direção de passarela, diretores criativos e costureiras, a gente visa muito pessoas que casem com o que a gente acredita. E a gente entende também que essa possibilidade de fazer moda ainda não é acessível para todas as pessoas. Então, a gente busca trazer essa representatividade para além do público que a gente busca, mas para dentro da marca. Essa representatividade é muito mais sobre uma ocupação profissional de qualidade, de excelência, do que de fato você precisa estar aqui para preencher alguma tabela ou algo do tipo. É muito mais sobre celebrar quem nós somos e transformar isso em trabalho e em arte.”. explicou

A valorização da moda potiguar

Sobre o mercado de moda da cidade do Natal e do Rio Grande do Norte, Gustavo explicou que, aos poucos, esse nicho vai sendo construído. É um processo de “Degrau em Degrau”, segundo ele.

“Aos poucos a gente está, enfim, viabilizando outras marcas e conhecendo novos artistas independentes. Não só de roupas, mas da cultura em geral. E é um processo, tipo, de degrau em degrau a gente vai construindo essa história e posicionando marcas e mostrando a potência regional.”, contou.

Brunna ainda destacou que o Rio Grande do Norte tem muitos artistas e muito poder cultural, no entanto, a falta de incentivos dificulta a criação e expansão desses processos. 

“A gente tem muitos artistas incríveis e talentosos que só precisam de investimentos e políticas públicas. Esse próprio desfile só está acontecendo por uma política pública, porque foi aprovado no edital de Lei Paulo Gustavo. Então, assim, é uma cena cultural com muitos talentos e muitas pedras prontas para serem lapidadas e prontas para serem expostas. Culturalmente a gente não tem o que reclamar. A gente tem muita gente pronta para fazer e querendo fazer, mas faltam uma viabilidade para isso. A gente busca ter caminhos que viabilizem isso. Políticas públicas, editais de cultura e leis de incentivo, permitem que a gente consiga realizar sonhos.”, finalizou.

Equipe nordestina

O desfile “Ginga e Tapioca” contou com uma equipe formada por potiguares: Iran Honório e Luciano Medeiros, fundadores da marca; Brunna Vini, diretora geral; Gustavo Adrio, diretor criativo; Efraim Tavares, na direção de styling; Dandadora, na trilha sonora; Naomi Leão, na direção de passarela; Pedro Azevedo, na direção de beleza; e Carla Jesus, na direção de beleza capilar.

Profissionais de outras regiões do nordeste contribuem com o desfile, como Naomi Leão e Efraim, pernambucanos experientes no mundo da moda, com participações no Fashion Week – a maior semana de moda da América Latina e uma das mais importantes do mundo.

O evento foi apoiado pela Lei Paulo Gustavo, por meio do Edital de Seleção de Projetos de Economia Criativa N° 02/2023, uma iniciativa do Governo Federal em parceria com o Governo do Estado do Rio Grande do Norte.

Saiba +: Marca potiguar realiza primeiro desfile inspirado na “ginga e tapioca”

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