Júlia Arruda voltará ao primeiro escalão do governo Fátima Bezerra

A ex-vereadora Júlia Arruda (PCdoB) voltará a comandar a Secretaria Estadual das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (Semjidh) do Governo do Estado, cargo que ela já ocupou entre julho de 2021 e abril de 2022, na primeira gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). A nomeação foi publicada na noite de quarta-feira (12) no Diário Oficial do Estado (DOE).

A Semjidh era ocupada, até então, pela agora ex-secretária Olga Aguiar, também na cota do PCdoB. A troca, portanto, não altera a correlação de forças políticas no Governo do Estado, mas é o primeiro passo na prometida reestruturação no secretariado estadual para acomodar aliados que não conseguiram sucesso nas eleições municipais de 2024.

Vereadora durante quatro mandatos, Júlia não conseguiu se reeleger no ano passado, mesmo tendo obtido mais de cinco mil votos, tornando-se a primeira suplente da Federação integrada pelo PT, PV e PCdoB.

O Governo do Estado também tentou fazer uma articulação para que ela assumisse uma cadeira na Assembleia Legislativa ao convidar Hermano Morais (PV) para a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur), mas o parlamentar declinou da proposta. Caso tivesse aceitado, Júlia assumiria o mandato, uma vez que também é primeira suplente de deputado estadual.

Hermano, que está em seu quarto mandato na Assembleia Legislativa, alegou que sua prioridade é buscar a reeleição em 2026 e não teria muito tempo para fazer um bom trabalho na Setur.

Em entrevista à Agência Saiba Mais, em dezembro passado, quando fez um balanço da sua trajetória política, Júlia Arruda citou como uma das conquistas da sua primeira passagem pela Semjidh a ampliação da Patrulha Maria da Penha, criada através de lei da sua autoria em Natal, para outros municípios do Rio Grande do Norte.

“Na minha passagem pela Semjidh, o meu primeiro ato foi articular com a Secretaria da Segurança Pública para interiorizar a Patrulha Maria da Penha. A gente levou para 12 municípios polos, que já estão repercutindo para o seu entorno. Então, isso é muito importante, é um legado que a gente deixa aí para as futuras gerações”, comentou à época.

Um dos desafios que a nova secretária terá pela frente é justamente o aumento da violência contra a mulher no RN. Enquanto outros crimes registraram queda no estado, o número de tentativas de feminicídio quase dobrou entre 2023 e 2024, passando de 37 para 66, o que representa um salto de 78,4%.

Já o registro de violência doméstica (lesão corporal dolosa) cresceu 6% entre os dois anos, passando de 1.348 para 1.429. O número de feminicídios registrados, no entanto, diminuiu 20,8% no mesmo período (caiu de 24 em 2023 para 19 em 2024). Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed/RN).

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