Rogério critica apoio do PT a Nicolás Maduro e cobra pronunciamento de Lula

O presidente do PL no Rio Grande do Norte, senador licenciado Rogério Marinho, lamentou o apoio que o partido do presidente Lula (PT) deu a ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, declarado reeleito com 51,2% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pelas organizações no país, contra 44,2% do candidato da oposição Edmundo Gonzaléz. Segundo Rogério Marinho, o fato não surpreende ninguém. Ele cobrou, ainda, um pronunciamento oficial do presidente (o que aconteceu depois).

“Para surpresa de zero pessoas, o PT apoia ditaduras sanguinárias e repressoras. Aguardando agora o grande amigo de Maduro se manifestar … tem método”, afirmou Rogério nesta terça-feira 30, ao comentar a nota da Executiva Nacional do partido sobre as eleições na Venezuela, ocorridas neste domingo 28. Nesta, a sigla parabeniza o povo venezuelano pela eleição “pacífica, democrática e soberana” e pede que Maduro “continue o diálogo com a oposição, no sentido de superar os graves problemas da Venezuela”.

A nota do PT trata Maduro como “presidente reeleito” – o que o Itamaraty não fez na manifestação divulgada após a votação – e, diferente da oposição venezuelana e de vários países estrangeiros, não cobra que o CNE divulgue os dados de cada local de votação. A nota trata essa divulgação como “passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.

Para Rogério Marinho, o silêncio de Lula sobre a situação na Venezuela e as suspeitas de fraude na eleição presidencial significa que ele apoia Maduro. “Nosso iluminado Lula se cala em respeito à democracia relativa bolivariana. Tem método”, disse. O senador disse também que o fato do CNE, equivalente à Justiça Eleitoral do Brasil, ser controlado por Maduro.

“Escárnio e desrespeito contra o povo. Escancara, mais uma vez, a ditadura socialista que oprime a Venezuela. Roteiro já conhecido: (Celso) Amorim está na Venezuela e atestará que o amigo de Lula é democrata, tudo está normal. Se o Brasil aceitar esse estupro, repetirá o #PadrãoPT”, definiu o senador licenciado.

Lula diz que ‘não tem nada de grave, nada de anormal’ em eleição sob suspeita na Venezuela

Horas depois, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não tem nada de grave ou anormal com as eleições na Venezuela e condicionou a entrega das atas ao reconhecimento do resultado que deu vitória ao ditador Nicolás Maduro sob suspeitas de fraude eleitoral. Ele falou pela primeira vez sobre a crise em Caracas nesta terça-feira 30, em entrevista à TV Centro América, afiliada da Globo em Cuiabá (MT).

“Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”, disse o presidente.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime.

“Não tem nada de grave, nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, disse.

“O que precisa é que as pessoas que não concordam tenham o direito de se expressar, tenham o direito de provar que não concordam. E o governo tenha direito de provar que está certo”, afirmou Lula em meio à crise na Venezuela, que teve o segundo dia de protestos contra o resultado das eleições, com 11 mortos e mais de 700 presos. l

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