Dissertação de mestrado escrutina a participação feminina na política marabaense

Nascida em São Miguel do Guamá e radicada em Marabá, Francisca Elisangela Alves de Lima deu ao município que a abraçou um presente significativo: sua dissertação de mestrado sob o título “Um olhar na disputa do Poder Legislativo em Marabá (PA): Memórias da Participação Feminina (1985-1992)”.

A pesquisa, que se mostrou tão importante para o cenário político e feminino do município, foi indicada pela banca de defesa para se tornar um livro, com lançamento programado para julho de 2025.

Ao longo de dois anos, o estudo investigou a influência das mulheres na política legislativa marabaense durante um período crucial para a redemocratização do Brasil, ou seja, os anos seguintes ao fim da Ditadura Civil-Militar. Para isso, a metodologia de pesquisa adotada por Elisângela foi análise de edições antigas do jornal Correio do Tocantins, documentos jurídicos, atas da Câmara Municipal de Marabá e entrevistas com quatro importantes vereadoras da época e da atualidade.

Maria Adelina Guglioti Braglia, que exerceu o mandato de vereadora entre 1983 a 1985 e de vice-prefeita entre 1985 e 1988; Júlia Maria Ferreira Rosa foi seis vezes vereadora de Marabá e Elza Abussafi Miranda, vereadora em dois mandatos consecutivos.

Elisangela entrevistou também a “Mulher Coragem”, Vanda Américo, que teve sete mandatos seguidos como vereadora, sendo eleita pela primeira vez em 1988. Houve uma pausa em 2016 e retornou à Casa de Leis após as Eleições de 2020. Atualmente, está em seu nono mandato.

Documentada na dissertação, a busca minuciosa pela história de importantes figuras femininas de Marabá revelou as dinâmicas de exclusão e resistência enfrentadas por mulheres que buscaram espaço na política local, destacando barreiras históricas e sociais que ainda persistem.

O incômodo de Elisangela com questões de desigualdade de gênero foi um dos motivadores do estudo, que visa não apenas entender essas limitações, mas também fornecer subsídios para a criação de políticas públicas mais inclusivas e igualitárias para aquelas que, no futuro, se aventurarem pelas águas turvas da política local.

A dissertação é um convite para refletirmos sobre a importância de enfrentar as barreiras de gênero e construirmos uma política mais justa e representativa. O lançamento do livro promete ser um marco para a discussão sobre a participação feminina na política em Marabá e no Brasil.

SAIBA MAIS

Elisangêla foi aluna do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e cursou o Mestrado Acadêmico em História. Possui graduação em História pelo Centro Universitário de Maringá.

Há alguns anos ela venceu a batalha contra o câncer de mama e agora ajuda outras mulheres a se prevenir e superar a doença quando diagnosticada.

(Luciana Araújo)

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