“Não é momento de procurar culpados”, diz Frei sobre tragédia

Diante de uma onda de solidariedade e tristeza na comunidade católica baiana após desabamento de Igreja e Convento de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador, e em todo o Brasil, ao mesmo tempo em que entidades públicas buscam solucionar uma circunstância que a todo o momento ganha novos e diferentes caminhos, membros da congregação religiosa dizem que não é o momento de procurar culpados, mas de união diante de um momento de “solidariedade e compromisso com a vida”.“É uma tristeza. Acho que se resume a isso em todos nós, como religiosos, em um lugar sagrado. Nem só pelo patrimônio, porque o patrimônio pode se reerguer, como o São Francisco diz, mas a vida é mais importante. Então, a gente lamenta, mas estamos esperançosos de que as coisas podem mudar. Às vezes é preciso acontecer tragédias para que as coisas aconteçam”, disse o Frei Lorrane.

Frei Lorrane

|  Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE

Na tarde de quarta-feira, 5, parte do teto central da Igreja e Convento de São Francisco, no Centro Histórico de Salvador, caiu e matou uma jovem de 26 anos e deixou mais cinco pessoas feridas. O presidente do Iphan, Leandro Grass, disse que o movimento de danos do instituto não havia apontado nenhum risco de tragédia iminente. Para o Frei, o momento é de solidariedade entre a comunidade diante da tragédia.“Todos nós estamos compartilhados desse compromisso de cuidar desse patrimônio, então não podemos negar de que todos nós temos parte nisso e precisamos juntos nos unir nesse momento para justamente prestar solidariedade, prestar nosso compromisso com a vida. Depois a gente vai ver o que é que se pode fazer nesse monumento, que não é só a casa dos franciscanos, mas é um patrimônio mundial, um patrimônio nacional, e que obviamente quando a repercussão virou internacional”, continuou ele.

Leia Também:

“Tinha esperança de conhecer a igreja”, diz turista após tragédia

“Grande pesar”: políticos baianos lamentam tragédia no Pelourinho

Tragédia no Pelourinho: presidente do Iphan diz que não apontaram riscos de desabamento

A advogada da comunidade franciscana Maria Benedita afirma que a comunidade francisca está auxiliando nas investigações fornecendo informações, documentos, depoimentos, mas que estão limitados a fazer quaisquer modificações no locais sem autorização do Iphan.“Trata-se de um imóvel tombado, de órgão federal e nós não podemos fazer qualquer intervenção sem autorização do Iphan. Nós tivemos acesso ao processo judicial em que o Iphan é réu para realizar intervenções na igreja depois de ser apresentado problemas estruturais”, disse a representante.Ainda segundo Maria Benedita, ainda não é possível mensurar o impacto do desabamento: “É um patrimônio histórico que foi deteriorado. Não conseguimos ainda mensurar o tempo que a igreja ficará assim porque a comunidade ficará sem assistência e temos muitas obras sociais”, completou ela.

Advogada da comunidade franciscana Maria Benedita

|  Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE

Adicionar aos favoritos o Link permanente.