Dificuldades não desanimam escolas de samba de Natal: “Vai ter desfile”

Apesar das indefinições quanto à realização do Carnaval de Natal em 2025, o segmento das escolas de samba está otimista e garante que os desfiles serão realizados neste ano. A Agência Saiba Mais conversou com dois representantes de escolas sambistas da capital potiguar, que preveem que o evento ocorra no segundo final de semana de março.

Segundo Rogerinho Licarino, diretor de bateria da escola Balanço do Morro, o desfile deve ocorrer dentro da tradição de ser no final de semana seguinte ao carnaval. “As escolas estão com suas dificuldades, mas vai acontecer”, pontua ele. Assim, o evento deve ocorrer nos dias 7 e 8 de março.

Rogerinho é filho do fundador da escola, que em 2024 foi a segunda colocada no Grupo A. Ele conta que todas as escolas já têm enredos, sambas-enredo e alegorias prontas para brilhar na passarela, que é a capital potiguar. Ele informa que a Balanço do Morro realiza ensaios abertos ao público na rotatória da Esquina Prime, nas Rocas, zona Leste de Natal. Geralmente, de terças às quintas-feiras.

O cenário para o Carnaval de 2025 na capital potiguar é de incertezas, conforme exposto em reportagem da Agência Saiba Mais nesta segunda-feira (03). A Prefeitura do Natal ainda não se posicionou oficialmente sobre o evento, ao contrário de todas as demais capitais nordestinas.

Contudo, uma coisa é certa: vai ter desfile de escolas de samba. Quem também garante isso é Altair Junior, presidente da escola Em Cima da Hora e secretário da Liga das Escolas de Samba do Rio Grande do Norte. A escola venceu pelo Grupo B em 2024, tendo subido à categoria A, e tem expectativas positivas para 2025.

Reunião com a Prefeitura

Segundo Altair, houve uma reunião no dia 24 de janeiro entre a Liga, a Secretaria Municipal de Cultura e a Fundação Cultural Capitania das Artes. Ele diz que houve uma sinalização do Executivo municipal de que “a única coisa que está garantida para o carnaval é o desfile das escolas de samba”. 

Altair destacou expectativas positivas e celebrou o momento pelo qual a escola passa, preparando-se para voltar à primeira categoria do carnaval. “A escola é uma associação viva que tem que levar a cultura não só para o bairro que a gente está, mas também para a cidade de Natal”, pontuou.

Os preparativos para fantasias, construção do enredo e do samba-enredo ocorrem meses antes do desfile e movimentam uma imensa rede de pessoas. Atualmente, segundo seu presidente, a escola Em Cima da Hora tem quase 400 integrantes que desfilam.

Altair diz que, em 2025, das nove categorias em que concorre, a escola se garante nota 10 em pelo menos seis. Ele afirma que a meta é gabaritar e vencer os campeonatos nos próximos anos.

A Em Cima da Hora é da Praia do Meio. “Nossa escola é uma escola de comunidade, que tem bastantes apoiadores, muitos fãs. Todas as escolas [de samba do RN] têm um contato de amizade muito importante com a Em Cima da Hora. É o engrandecimento do movimento do carnaval, não só da nossa escola”, celebra.

Segmento cobra mais apoio

O secretário da Liga das Escolas de Samba do RN destaca que o segmento realiza reuniões mensais e busca o apoio do poder público. Segundo ele, uma das maiores demandas é o apoio financeiro, sendo que o valor para as escolas não aumentou de 2008 a 2023. Em 2024, houve uma mudança, mas ainda há desafios.

Ele diz que o apoio do Município para escolas do Grupo A é de R$ 30 mil reais, sendo que cada escola gasta em média R$ 50 mil para desfilar. “[Mesmo com o aumento em 2024,] existe um déficit de 350% do valor real que era para ser o carnaval de Natal pela falta de acréscimo nos anos que foram passados”, estima ele.

Em 2024, os editais da Prefeitura do Natal para escolas de samba distribuíram R$ 270 mil para as escolas contempladas e mais R$ 220 mil nas premiações. Cinco escolas do Grupo A receberam R$ 30 mil cada, cinco escolas do Grupo B receberam R$ 20 mil e duas escolas do grupo de acesso, R$ 10 mil. Foram premiadas escolas dos grupos A e B, do 1º ao 4º lugar.

Para uma escola se manter, é ainda importante o apoio dos editais e leis de incentivo à cultura. Altair destaca que o carnaval gera emprego e renda para uma série de colaboradores e pessoas das comunidades.

Geramos um grande impacto social para onde nós estamos alocados. Durante os ensaios, nós geramos visibilidade para a comunidade e atraímos o público. Tem ambulante, que vende churrasquinhos, cerveja…  A escola de samba não é só o desfile. Ela tem toda uma performance financeira que gira em torno dela no ambiente em que ela está alocada”, conclui.

Geralmente, os ensaios da Em Cima da Hora ocorrem nas terças e quintas-feiras, na Praia do Meio, na rua do Motor.

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