RN: 7 em cada 10 empregos gerados em 2024 foram nas MPEs, diz boletim

O Rio Grande do Norte registrou recorde na geração de cargos celetistas em 2024, com 242.463 admissões no mercado formal de trabalho. Desse total, 163.290 das admissões (67%) foram geradas nas micro e pequenas empresas (MPEs) do estado. É o que aponta o Boletim de Emprego, elaborado pelo Sebrae/RN com base em dados do Novo Caged. 

No ano passado, houve um saldo positivo (admissões menos demissões) de 34.294 empregos com carteira assinada, sendo que 23.907 vagas (69,7%) foram geradas nos pequenos negócios. Além disso, os pequenos negócios cresceram entre 2023 e 2024, saltando de 224.168 para 241.123 empreendimentos ativos.

Segundo Alinne Dantas, gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae/RN, o número de empregos nas MPEs tem crescido nos últimos anos, o que é “muito positivo”. Ela diz que o dado divulgado pelo Sebrae/RN na última semana não foi uma surpresa.

Conforme a gerente, o aumento foi motivado pelos empregos no setor de serviços, atividades de teleatendimento e serviços condominiais. 

Essa contribuição é histórica. Já vem tendo essa representatividade há muito tempo. Se eles [os pequenos negócios] contribuem, significa que eles estão ajudando a gerar renda, a gerar impostos para o estado e contribuir com o desenvolvimento econômico”, frisa. 

De acordo com ela, uma das necessidades das MPEs é a criação de políticas públicas. “Elas precisam de melhores condições para o acesso ao crédito, precisam planejar melhor seus negócios e precisam de políticas mais adequadas”, pontua.

O professor Cassiano Trovão, do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, também defende as políticas públicas para as MPEs, haja vista o seu crescimento. “É um segmento que merece mais atenção por parte das políticas públicas, como as ligadas à Nova Indústria Brasil e as de crédito barato para os pequenos negócios”, afirma. 

“Como elas têm capacidade elevada de geração de emprego formal, o avanço na direção de melhores condições para que as MPE se desenvolvam favorece a geração de empregos de maior qualidade e protegidos pela legislação trabalhista, melhorando a renda da população”, ele observa.

Cassiano reitera que um dos potenciais das MPEs é a sua flexibilidade. “Como elas são pequenas em tamanho, mas em seu conjunto, grandes empregadoras, o crescimento das MPE favorece a geração de emprego e renda”, diz. “[As MPEs] promovem a ampliação das oportunidades de emprego formal com proteção social, especialmente para o segmento mais jovem da população”.

Cenário

Das 242.463 admissões registradas de janeiro a dezembro de 2024, 163.290 foram nas MPEs. Nos últimos três anos, elas representam a maior contribuição para o crescimento do mercado de trabalho local.

No cenário geral, o RN registrou 208.169 desligamentos, mas, graças ao dinamismo das pequenas empresas, manteve um saldo positivo de 34.294 empregos formais, segundo o Boletim do Emprego. O estoque total de trabalhadores com carteira assinada no estado chegou a 536.215 em 2024.

Os municípios que mais geraram empregos nesses empreendimentos em 2024 foram Natal (6.699), Mossoró (3.552), Parnamirim (1.972), Currais Novos(1.715) e  Assu (1.712). Já os setores mais representativos foram Serviços (9.069), Comércio (5.521) e Construção (5.366).

No Nordeste, o RN ocupa a 6ª posição no saldo da geração de empregos nas micro e pequenas empresas em 2024, isto é, o resultado da subtração das admissões com as demissões. O estado fica atrás da Bahia (71.488), Pernambuco (52.245), Ceará (49.089) Paraíba (24.003) e Maranhão (23.952).

Já no acumulado total, o RN ocupa o quarto lugar na geração de empregos, ficando atrás de Bahia (84.726), Pernambuco (62.233) e Ceará (56.231).

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