Altas de combustíveis e da pressão sobre o consumidor

editorial

Um dos temas mais discutidos ao longo desta semana – e também justamente explorado na manchete desta sexta-feira (31) na Tribuna -, o aumento do preço dos combustíveis é mais um duro ataque aos bolsos da população. Em Juiz de Fora, a mudança nas bombas chegou antes mesmo da data oficial, que seria este sábado (1º), quando sobe a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual para gasolina e diesel.

Mas é claro que não para por aí. Se o efeito aos motoristas já é duramente sentido, especialistas apontam a preocupação com mais possíveis consequências, como no preço dos alimentos, o que temos que seguir monitorando para entender, na prática e em números, se teremos novos impactos nas prateleiras no dia a dia.

Importante lembrar que, em 2024, a gasolina já foi o subitem que mais contribuiu para a alta total de 4,83% do IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. E, com o aumento de preços de combustíveis, seja pelo ICMS ou direto da Petrobras, o frete encarece, e a tendência é que os produtos nos mercados também subam de preço, obviamente, por serem trazidos aos estabelecimentos majoritariamente via transporte rodoviário.

Há quem diga que esse aumento trará dor de cabeça ao Governo Lula. Imagine aos consumidores. Reflexo disso talvez seja a pesquisa da Genial/Quaest, que aponta, em dados reforçados pelo diretor de inteligência da Quaest, Guilherme Russo, que o preço dos alimentos nas prateleiras é o terceiro fator mais citado para justificar uma taxa de 37% de reprovação ao mandato do petista.

Em entrevista na manhã desta quinta, o presidente da República afirmou que vai conversar com empresários para pedir explicações sobre o aumento dos preços dos alimentos, como o óleo de soja e a carne. E garantiu que vai buscar financiar a modernização da pequena e da média agricultura.

E ainda há outro efeito, da sequencial elevação da Selic, que deve seguir nos próximos meses, mesmo após os 13,25% confirmados na última quarta-feira, visto que é o principal instrumento do Banco Central para tentar conter essas pressões inflacionárias no país, com efeitos, claro, na população mais pobre.

Mas a pressão de verdade é a que o consumidor sofre, muitas vezes sem saída, para lidar com tantas “surpresas”, dia após dia. E, como resposta, precisamos seguir monitorando e cobrando dos órgãos competentes uma verdadeira fiscalização e responsabilização.

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