Calor no ES até o fim de janeiro: como os capixabas estão enfrentando o verão?

Praia da Curva da Jurema, em Vitória, ficou lotada durante todo o dia, na terça-feira, por causa das altas temperaturas

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Janeiro tem registrado temperaturas recordes no Sudeste do Brasil. E os capixabas e turistas podem se preparar: segundo meteorologistas, a previsão é de que vai fazer muito calor até o final deste mês!Hugo Ramos, meteorologista do Instituto Capixaba de Climatologia, explicou que a massa de ar estacionada sobre o Estado não apenas impede a formação de nuvens, mas também intensifica a radiação solar direta sobre a superfície. “Essa situação tem levado os capixabas a enfrentarem dias de calor extremo e noites abafadas. Em sistemas de alta pressão, o ar desce, comprime-se e aumenta sua temperatura, intensificando a sensação de calor, especialmente em áreas próximas ao nível do mar”.Um possível alívio pode ocorrer no início de fevereiro, quando sistemas de baixa pressão e chuvas poderão reduzir as temperaturas.Os especialistas recomendam cuidados para evitar problemas de saúde. “É fundamental manter-se hidratado, evitar exposição direta ao sol nos horários mais quentes e usar roupas leves. O contexto global das mudanças climáticas tem contribuído para a intensificação desses episódios de calor”.Na tarde da última segunda-feira, Vitória teve o dia mais quente do ano até agora, com a temperatura máxima de 35,7°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O recorde anterior, de 35°C, foi no dia 2 de janeiro.De acordo com a Climatempo, a segunda-feira foi marcada por tempo ensolarado em todo o Estado. “Todo o Estado teve um dia muito quente, com poucas nuvens desde as primeiras horas da manhã. Ventos quentes vindos do Norte predominam, contribuindo para o aumento da temperatura”, informou a Climatempo. Com termômetros ultrapassando os 35°C em várias regiões do Espírito Santo, especialistas atribuem o fenômeno a uma combinação de fatores climáticos regionais e globais, incluindo o “aquecimento adiabático”. Esse processo ocorre quando o ar desce na atmosfera, sofrendo compressão e aumento de temperatura. Segundo o meteorologista do 2º Distrito do Inmet, Thiago Carvalho de Sousa, o aquecimento adiabático está diretamente relacionado à atuação de sistemas de alta pressão que têm dominado o Estado.“Bebo bastante água”

Jamila: mais água nos dias quentes

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Jamila Carvalho Adão da Silva, de 40 anos, motorista e moradora de Maruípe, foi se refrescar na Curva da Jurema na terça-feira. Ela contou que bebe bastante água nesses dias quentes. “Sempre que dá vou à praia e, se estiver em casa, fico com o ar-condicionado ligado e bebo bastante água”, explicou. “Acordo já com um copo d’água do lado da cama. A água é a única coisa que realmente refresca”.Dia de banho de mangueira

Jhon Rahaner e o filho, Erick Manoel: banho de mangueira

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“Em Vitória, parece que a cada ano o calor aumenta. Ficar em casa está insuportável, ainda mais com meu filho de férias”, desabafou o porteiro Jhon Rahaner, de 33 anos, pai de Erick Manoel, 11 anos. Para se refrescar, ele busca alternativas. “Banho de mangueira, picolé e idas à praia, para aliviar o desconforto. Tentamos distrair o Miguel dentro de casa, mas o calor não dá trégua, nem com o ventilador ligado”, reclamou.A terça-feira foi dia de banho de mangueira na porta de casa, no bairro Jesus de Nazareth. “Fico pensando se esse calor extremo vai se tornar cada vez mais comum. Sempre ouvimos falar sobre mudanças climáticas, mas é diferente quando sentimos na pele e percebemos como afeta nossos filhos”, afirmou.

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