Política externa de Trump preocupa o Itamaraty por riscos à relação Brasil-EUA

A política externa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é observada com cautela pelo Itamaraty, segundo fontes do Ministério das Relações Exteriores, conforme publicado pela CNN Brasil nesta terça-feira 21. Os diplomatas brasileiros avaliaram as declarações de Trump sobre a América Latina, buscando distinguir aspectos retóricos.

Um dos focos de atenção é o interesse de Trump nas relações com países como México, Colômbia e Brasil. Fontes da CNN confirmaram que Trump “mede os riscos e oportunidades” diante de um eventual alinhamento dessas nações com a China, o que contrariaria os interesses estratégicos dos EUA. A distância cultural do Brasil em relação à potência asiática é considerada uma vantagem para os norte-americanos, reforçando uma abordagem cautelosa.

Apesar disso, o desinteresse de Trump pela América Latina é visto como positivo por analistas no Itamaraty, estabelecendo um pragmatismo que pode evitar ingerências diretas. Esse distanciamento aponta para uma falta de disposição do governo norte-americano em intervir em assuntos internos do Brasil, como eventuais decisões judiciais que possam afetar os direitos políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Contudo, há preocupações. Um dos riscos imediatos às relações bilaterais decorre do desgaste gerado pelos comentários da primeira-dama Janja, contra o bilionário Elon Musk, figura influente na administração Trump. Outra questão envolve a tentativa do Brasil de liderar uma agenda ambiental global, enquanto Trump mantém uma postura cética sobre as mudanças climáticas.

A realização da COP30, prevista para 2025 em Belém, é vista como um teste dessa relação. Segundo um diplomata, o evento já “começa cambaleando” devido ao histórico de Trump, que retirou os EUA do Acordo de Paris em seu primeiro mandato.

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