“Não queremos ser americanos”, afirma premier da Groenlândia em reação a Trump

O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, reforçou nesta terça-feira 21 que o futuro do território autônomo será decidido pelos groenlandeses, rejeitando a possibilidade de anexação aos Estados Unidos. A declaração veio após o presidente Donald Trump reiterar, em tom expansionista, seu interesse em adquirir a ilha.

“Nós somos groenlandeses. Não queremos ser americanos. Também não queremos ser dinamarqueses. O futuro da Groenlândia será decidido pela Groenlândia”, disse Egede em entrevista coletiva, ressaltando os desafios enfrentados pelo território.

Trump, que em 2019 já havia demonstrado interesse em adquirir a Groenlândia, voltou a abordar o tema após ser eleito para um novo mandato. Apesar de não mencionar a ilha em seu discurso de posse, ele afirmou, em conversa com repórteres, que a Groenlândia é “um lugar maravilhoso” e “essencial para a segurança internacional”.

“Tenho certeza de que a Dinamarca concordaria. Está custando muito dinheiro a eles para mantê-la [a Groenlândia]”, declarou o republicano, destacando que mais da metade do orçamento do território é financiada por Copenhague.

O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, respondeu às declarações de Trump, criticando a postura expansionista. “Não é possível que certos países, se forem grandes o suficiente e não importa como se chamem, possam simplesmente tomar o que quiserem”.

A Groenlândia, rica em minerais e estrategicamente localizada no Ártico, tem atraído o interesse não apenas dos EUA, mas também de China e Rússia. A presença de uma base militar americana na ilha, operando desde os anos 1950, reforça a importância geopolítica do território.

Além do foco na Groenlândia, Trump também sinalizou, em seu discurso de posse, o desejo de retomar o controle do Canal do Panamá e anunciou a renomeação do Golfo do México como “Golfo da América”, medidas que alimentam sua retórica nacionalista e expansionista.

As declarações sobre a Groenlândia e outras regiões suscitam tensões diplomáticas e críticas, especialmente pela possibilidade de uso de força militar. Apesar disso, Trump mantém o tom de entusiasmo, afirmando que tais iniciativas trarão benefícios econômicos e estratégicos aos EUA.

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