Justiça do ES e PF fazem parceria inédita para cadastramento e comparação biométrica de presos


Ao dar entrada nos presídios da região metropolitana de Vitória, detentos têm as digitais coletadas e enviadas em tempo real para o banco de dados nacional da PF Justiça do ES e PF fazem parceria inédita para cadastramento e comparação biométrica de presos
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Uma parceria entre a secretaria de Justiça do Espírito Santo e a Polícia Federal está ajudando na investigação de crimes.
A impressão digital pode ser uma prova determinante em uma investigação. Para auxiliar os investigadores, desde julho, o Espírito Santo e a Polícia Federal deram início a um trabalho inédito de cadastramento e comparação biométrica.
Ao dar entrada nos presídios da região metropolitana de Vitória, os detentos têm as digitais coletadas e enviadas em tempo real para o banco de dados nacional da PF.
“Eles têm digitais que não têm dono, nós temos donos de digitais. Então, o confronto dessas duas situações vai poder permitir à Polícia Federal atribuir a autoria de um crime que ainda não foi conseguida”, diz Rafael Pacheco, secretário de Justiça do Espírito Santo.
Em um dos casos, a polícia descobriu o envolvimento de um detento em outros crimes, como roubos e assassinatos.
“Esse cidadão deixou vestígios em outras seis cenas de crime e conseguimos a identificação pela entrada dele no sistema penitenciário aqui do Espírito Santo, e a partir daí foi feito um laudo e remetido para as autoridades que eram responsáveis por essas cenas de crime para prosseguimento dessas investigações”, diz Márcio Magno Xavier, superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo.
Até agora, a Polícia Federal emitiu 35 laudos de comparações biométricas que deram positivos.
Ao analisar as digitais de uma mulher que havia acabado de entrar na cadeia, o papiloscopista descobriu que ela já havia passado pelo sistema prisional, mas com outra identidade.
“Ela foi presa em 2014 e usou um nome, e agora no presídio ela deu entrada com outro nome. Então, o que a gente vai fazer é juntar os dois nomes dela no nosso registro criminal e informar para as autoridades”, conta Rafael de Filippo Gori, papiloscopista.
Também foi dessa forma que a polícia encontrou um dos criminosos mais procurados do Espírito Santo. Ele foi preso usando um documento falso, mas ao comparar a biometria, foi descoberta a verdadeira identidade. Em todo o Brasil, só o Espírito Santo alimenta esse banco nacional de biometria com dados da população carcerária. A Polícia Federal espera que mais estados adotem o sistema.
“Na medida que você aumenta a possibilidade do confronto, você aumenta a possibilidade do encontro. Então, se a gente expandir essa medida, que é nova, que se iniciou aqui no Espírito Santo, para outras unidades do Brasil, a gente vai aumentar a taxa de sucesso”, diz Rafael Pacheco, secretário de Justiça do Espírito Santo.
A criação de um sistema nacional unificado e padronizado de informações de segurança pública é uma das propostas da PEC da Segurança. O governo federakl passaria a atuar em conjunto com estados e municípios no combate ao crime no país.
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