Carla Dickson: “Paulinho deverá ser o grande aglutinador da direita”

A deputada federal Carla Dickson (União Brasil), que assumiu o mandato na Câmara dos Deputados após a renúncia de Paulinho Freire, já está de olho na sucessão estadual de 2026 e no fortalecimento da direita no Rio Grande do Norte. Em entrevista à 96 FM na segunda-feira 6, Carla defendeu que a articulação do grupo político da direita para as próximas eleições seja liderada pelo agora prefeito de Natal, Paulinho Freire. Segundo ela, Paulinho deverá usar em 2026 da habilidade que teve para aglutinar forças vitoriosas em torno da sua candidatura na capital potiguar.

“Todos os partidos estão na fase de montar a nova nominata. 2026 já é uma realidade. Eu estou torcendo para que cheguemos, a direita, chegue a um nome de consenso pra fazer frente ao que vem por aí pela esquerda”, destacou a deputada.

A direita e o centro têm discutido a possibilidade de união para enfrentar a esquerda nas próximas eleições, mas há uma divisão clara em projetos e intenções eleitorais no momento. Enquanto alguns líderes defendem a articulação conjunta, as divergências internas entre os principais nomes dificultam a consolidação de uma estratégia unificada.

De um lado, o ex-senador e presidente do União Brasil no RN, José Agripino Maia, aposta na candidatura de dois nomes fortes ao Governo do Estado: o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), e o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos).

Por outro lado, o senador bolsonarista Rogério Marinho, líder da oposição no Senado e presidente do PL no Estado, defende um projeto próprio de disputar o governo, excluindo as lideranças mencionadas por Agripino. Rogério tem declarado publicamente que sua parceria política é com o prefeito Paulinho Freire e o senador Styvenson Valentim (Podemos). Ele enfatizou que as candidaturas ao Governo do Estado e às eleições majoritárias serão “trabalhadas de comum acordo” com esses aliados, deixando de fora Agripino, Allyson e Álvaro.

Rogério foi ainda mais explícito ao afirmar: “Hoje temos uma relação de afinidade política e de compromisso com o prefeito Paulinho Freire e com o senador Styvenson Valentim. Temos um acordo entre nós de que a candidatura ao governo do Estado e as candidaturas majoritárias serão trabalhadas de comum acordo.”

Ele também reconheceu que o União Brasil, partido liderado por Agripino, não tem uma posição unificada, destacando que é uma legenda heterogênea com outros nomes potenciais para a disputa ao governo, como Álvaro Dias e Allyson Bezerra.

GRANDE ARTICULADOR. Carla elogiou Paulinho Freire como um grande articulador político, capaz de reunir importantes lideranças em torno de um projeto unificado. “Paulinho é um grande estrategista. Ele conseguiu o que eu achava que era impossível: unir grandes nomes em torno do nome dele, de um projeto. A direita praticamente toda, né?”.

A parlamentar também revelou conversas recentes com José Agripino, que enxerga Paulinho como o líder natural desse processo. “Ele (Agripino) disse que a pessoa que vai comandar essa união vai ser o Paulinho Freire de novo”, declarou Carla.

UNIÃO BRASIL. Carla reafirmou seu compromisso com o União Brasil, descartando rumores de que poderia migrar para o PL. Apesar de admitir diálogos com o senador Rogério Marinho, destacou sua fidelidade ao partido que a acolheu. “Eu devo muito ao União Brasil. Tudo que eles me prometeram, cumpriram. E até hoje o partido em nada deixou a desejar comigo”, acrescentou.

A deputada também comentou sobre sua conversa com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, que teria reafirmado seu compromisso com o partido, mesmo diante de especulações sobre sua aproximação com a senadora Zenaide Maia (PSD). “Eu conversei com o Alysson sobre isso, encontrei com ele em Brasília, e ele disse: deputada, o meu passo aqui é com o União Brasil. Ele é jovem, proativo e tem um futuro brilhante.”

Para Carla, o fortalecimento da direita no RN passa por uma estratégia clara de união. “Paulinho Freire está se fortalecendo cada vez mais, e eu espero que a direita consiga encontrar um nome de consenso para liderar a disputa em 2026. Acredito que podemos fazer frente ao que vem por aí pela esquerda.”l

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