Confira 7 álbuns nacionais que tiveram destaque em 2024

Varanda álbuns

Como de costume, a música brasileira, mais um ano, foi renovada com lançamentos que deram o que falar, inclusive mundo afora. Seja de músicas inéditas ou com clássicos revisitados, diversos álbuns mostram como a produção nacional segue efervescente e em crescimento, apostando sempre nas misturas e no encontro geracional. A Tribuna listou sete lançamentos de 2024 que merecem ser ouvidos com atenção.

Confira os sete álbuns de destaque de 2024

álbuns“Milton + Esperanza” de Milton Nascimento e Esperanza Spalding

Lançado em agosto, “Milton + Esperanza” só evidencia a potência (praticamente divina) de Milton Nascimento. Esperanza Spalding, cantora, compositora e baixista norte-americana sempre foi fã assumida do músico brasileiro. Esse encontro tinha de acontecer e ser transformado em um álbum. Tão importante que foi, o Tiny Desk, série musical, quebrou o protocolo e veio ao Brasil para gravar os dois, juntos com a banda, na casa de Milton. Aos 82 anos, uma das vozes brasileiras mais conhecidas se apresenta imponente da mesma forma, como aos 30. Suas músicas, mescladas com clássicos revistados e um instrumental também de tirar o fôlego, tem ares de aconchego e verdade: os dois, juntos, estão em casa.

álbuns“Caju” – Liniker

Considerada, por muito, a artista brasileira do ano, Liniker foi um monotema em agosto, ao lançar “Caju”, seu segundo álbum solo, depois de sua história com Os Caramelows. Mesmo que “Índigo borboleta anil” tenha chamado atenção, nada se compara ao seu último lançamento. Isso porque, pode-se dizer, “Caju” furou a bolha e atingiu novas pessoas que foram “enfeitiçadas” pelas letras e melodias desse trabalho – seus shows lotados mostram isso. Como uma carta aberta, a cantora e compositora apresenta seus dilemas, suas questões e resoluções. Foge, ainda, de um conceito comercial com músicas grandes e aposta em um instrumental que também fala por si só. É álbum para ouvir sempre e que se encaixa em vários momentos.

novela ceu“Novela” – Céu

Em abril, Céu lançou seu sexto álbum de inéditas, “Novela”. Diferente dos seus últimos, “APKÁ” e “Tropix”, esse lançamento é bem mais orgânico e isso se mostra já no começo, na abertura do trabalho. Mas isso não é à toa: ele foi todo pensando em Los Angeles e contou com a produção musical do multi-instrumentista e arranjador norte-americano Adrian Younge, dono do Linear Labs Studio, onde o álbum foi gravado. Pupillo e a própria Céu também participam da produção, que é bem confessional e melodramática – como o nome sugere. Nomes de peso somam no resultado, como a cantora Anaiis, na declaração de amor aos amigos, “Gerando na alta”. Trata-se de um trabalho bem maduro de Céu, que segue se firmando como uma importante cantora nacional deste século.

Tupi 2019“Pique” – Dora Morelenbaum

Dora Morelenbaum lançou, neste ano, seu primeiro álbum, “Pique”. Ela estreou nas plataformas com “Vento de beirada”, um EP bem mais sentimental. “Pique”, por outro lado, mostra uma outra Dora com pitadas de Ana Frango Elétrico, cantora compositora e produtora musical responsável pela produção de trabalho. O álbum cheio de baladas se mostra muito mais jovial que o primeiro lançamento e talvez por isso flerta mais com seu trabalho junto com o Bala Desejo. No entanto, as músicas sempre profundas deixam ainda mais claro que é esse o barato de Dora, independente do ritmo que guia suas palavras.

erasmo estever“Erasmo Esteves” – Erasmo Carlos

Erasmo Carlos morreu em 2022. Não significa, no entanto, que sua obra ficou no passado. Pelo contrário. Neste ano, foi lançado o álbum póstumo “Erasmo Esteves”, composto por inéditas que ganharam as vozes de importantes nomes da música brasileira. São rascunhos deixados por Erasmo que foram revisitados para a criação do álbum, que teve a coordenação de Marcus Preto. É interessante que alguns compositores tiveram o trabalho de dar seguimento ao que foi escrito por Erasmo, apresentando um elo que se instaura, mesmo que postumamente, eternizado em um trabalho guiado pelo carinho que se tem com um artista. Certamente, Erasmo teria gostado do resultado que honra sua memória e dialoga com sua história.

pagode da martnalia“Pagode da Mart’nália” – Mart’nalia

Mart’nalia faz o que quer e isso ninguém duvida. E, no lançamento deste ano, apesar de parecer até óbvio, acertou em cheio. “Pagode da Mart’nalia” revisita clássicos do pagode dos anos 1990, mas sem cair no clichê – o que é difícil acontecer quando se trata da carioca. As músicas ganharam roupagem nova, mas sem largar mão do que é típico do estilo, principalmente do final do século passado, momento em que o pagode, inclusive, foi encontrando novos caminhos na música brasileira. As participações especiais são o charme do trabalho. Seu pai, Martinho de Vila, canta com ela “O teu chamego” e Caetano Veloso, “Domingo”. É álbum de ouvir fim de semana para levantar o astral.

beirada varanda“Beirada” – Varanda

Os juiz-foranos não poderiam ficar de fora da lista. Varanda chama atenção desde quando estreou os shows. Um som eletrizante com uma performance de ficar prestando atenção em cada passo. É interessante que, diferente do que muitos fazem no começo, as apresentações são sempre das autorais e já deixavam um gostinho do que viria no álbum. “Beirada” veio em setembro para comprovar que tinha como ser ainda melhor. Mesmo em estúdio, é como se fosse possível ver cada um dos integrantes por inteiro ali. As letras, mesmo que no primeiro álbum, são maduras – e isso se deve, inclusive, à presença forte dele nos palcos tanto de Juiz de Fora quanto de outras cidades. É um retrato, inclusive, da música autoral nacional que vem crescendo nos interiores e se expandindo.

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