Obras de R$ 30 milhões no aeroporto de Canela não incluíram sensores meteorológicos

Melhorias entregues em novembro focaram na infraestrutura, mas não ampliaram informações para pilotos.

O Aeroporto de Canela, que passou a ser administrado pela Infraero em setembro, recebeu melhorias avaliadas em R$ 30 milhões, entregues em 2 de novembro deste ano. No entanto, as obras não incluíram a instalação de sensores ou sistemas para monitoramento das condições ambientais, elemento crucial para a segurança de operações aéreas.

No último domingo (22), uma aeronave que partiu do aeroporto caiu em Gramado, causando a morte de 10 pessoas.

Melhorias estruturais realizadas

Entre as intervenções realizadas no aeroporto, estão o alargamento da pista de pouso e decolagem de 18 para 30 metros, o recapeamento completo e a nova sinalização da pista. O pátio de aeronaves também foi reformado, passando a contar com três posições para aviões e uma para helicópteros.

Além disso, foi instalado o Sistema Indicador de Percurso de Aproximação de Precisão (PAPI) em ambas as cabeceiras da pista. Este sistema, composto por luzes brancas e vermelhas, auxilia os pilotos a identificar a altura correta de aproximação em relação à rampa da pista.

Falta de sensores meteorológicos

Apesar das melhorias, nenhuma das contribuições para ampliar as condições de compreensão meteorológica na área do aeroporto. Segundo especialistas, o local continua sem torre de controle, sistema de rádio ou sensores de condições atmosféricas. Nessas situações, a decisão de decolar ou deixar fica exclusivamente sob a responsabilidade do piloto.

Lucas Fogaça, coordenador do curso de Ciências Aeronáuticas da Escola Politécnica da PUCRS, ressaltou que as disciplinas focaram exclusivamente na infraestrutura física.

— É tudo basicamente pista, não tem nada de sensor sendo instalado. Nada disso melhorou a condição do piloto a entender se o aeroporto está fechado ou aberto ou as condições de pouso em Canela — explicou Fogaça.

A ausência de sistemas meteorológicos ou serviços de controle de tráfego aéreo em aeroportos regionais como o de Canela levanta preocupações sobre a segurança das operações, especialmente em situações climáticas adversárias.

Fonte: GZH

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