Com ou sem uva-passa? Conheça a historia da fruta polêmica

Entra fim de ano, sai fim de ano, uma “personagem” sempre se faz presente e costuma gerar grande controvérsias quando o assunto é a ceia. Enquanto uns são do time coloca em tudo, outros não querem nem ouvir falar. Amadas por uns, odiadas por outros, as uvas-passas são onipresentes nas ceias de Natal e Ano Novo e já há muitos e muitos anos, assim como outras frutas desidratadas – há registros desse tipo de consumo antes mesmo da Era Cristã.De acordo com estudiosos da gastronomia, a ocorrência do solstício de inverno no hemisfério norte levou à necessidade do consumo e armazenagem de produtos com maior validade. Daí a preferência pelas oleaginosas, como as nozes, e frutos secos, desidratados ou passificados, além de embutidos.Leia mais:Presentes para o Natal que valorizam as riquezas locaisFestas de Natal impulsionam a venda de doces em BelémOs registros mais antigos das uvas-passas aparecem no compilado de antigos escritos que daria origem à Bíblia, livro considerado sagrado por boa parte das civilizações. Uvas-passas são citadas inclusive com certa frequência no Antigo Testamento.A nutricionista e gastróloga Yamila Alves descreve a uva passa sendo rica em fibra solúvel e em frutooligossacarideos (FOS) que trazem benefício a microbiota intestinal. Contém ainda alguns minerais importantes como ferro, potássio e boro, além de vitaminas C e do complexo B.Quer ler mais notícias do Pará? Acesse o nosso canal no WhatsApp!“É um alimento que ajuda no funcionamento intestinal sim, principalmente pela quantidade de fibras solúveis e pelo FOS, que são prebioticos, ou seja, alimentam as bactérias boas do intestino”, detalha a profissional.As uvas-passas também possuem catequinas, flavonoides, antocianina e ácidos fenolicos, que têm papel importante na atividade antioxidante e que podem auxiliar no quadro de hipertensão arterial, quando aliada a uma dieta equilibrada.Porém, como quase todo item alimentar, seu consumo exige controle, segundo Yamila. “Por ser uma fruta desidratada há uma concentração de carboidratos e de frutose. Logo o ideal é sempre procurar o equilíbrio na ingestão. Uma xícara de uvas-passas tem mais de 300 calorias, ou seja, o ideal é não ultrapassar duas colheres de sopa ao dia”, alerta, lembrando que por se tratar de um item calórico e rico em frutose, pode engordar e não é recomendável para pacientes com diabetes descontrolada.A nutricionista e gastróloga confirma que passas podem ser usadas em qualquer dieta, contanto que sejam em pequena quantidade, e tem a vantagem de servir para matar aquela vontade de um docinho.“Sempre que possível é bom associar com gorduras e proteínas, ou misturado com castanhas ou iogurte e aveia. Se usadas em algumas preparações como substitutas do açúcar, é preciso levar em consideração o objetivo da substituição”, orienta.Saiba maisOrigemA uva-passa surgiu na região do Mediterrâneo, quando as uvas caíam das videiras e secavam naturalmente ao sol. Os romanos descobriram que podiam usar essas frutas desidratadas como alimento, evitando desperdício.SimbologiaNa Roma Antiga, as uvas-passas simbolizavam fartura e prosperidade, importantes em tempos de frio e escassez alimentar.Perpetuação da tradiçãoQuando a Igreja Católica ressignificou as festividades pagãs, as uvas-passas mantiveram-se na mesa natalina, como parte da celebração do nascimento de Cristo.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.