Plano de recuperação do Grupo João Santos avança

O plano de recuperação judicial do Grupo João Santos deve ser homologado entre o final de janeiro e fevereiro de 2025. A proposta, que já foi aprovada pelos credores do conglomerado, indica o dobro do valor a ser pago aos credores trabalhistas. As informações são do economista João Rogério Alves Filho, da PPK Consultoria, responsável pela estruturação econômico-financeira do plano, e do advogado Gustavo Matos, sócio da Matos Advogados, escritório que conduz o processo.

Fábrica da Cimento Nassau em Cachoeiro: Grupo João Santos avança na retomada do destaque no setor

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Kadidja Fernandes / AT

“Nossa expectativa é de que a homologação aconteça já em janeiro. O plano foi aprovado pela ampla maioria dos credores e aguardamos sua homologação para consolidarmos a retomada do Grupo”, afirmou Alves Filho.Matos explica que o plano foi aprovado com aval de 59,91% dos credores presentes em uma assembleia que foi sintetizada em uma ata e apresentada em juízo com um requerimento da empresa para a concessão da recuperação judicial.“Como o Judiciário está em recesso e só volta no dia 7 de janeiro, entendemos que em torno do final de janeiro ou no início de fevereiro o pedido de recuperação judicial deve ser concedido.” A nova proposta foi resultado do aprofundamento do diálogo entre os credores e a nova gestão do Grupo, que assumiu em agosto de 2022. O plano de recuperação judicial teve início no final de dezembro de 2022, quando a nova gestão realizou minucioso levantamento do patrimônio, dos credores, do passivo e dos ativos do Grupo.De lá para cá, o grupo já retomou a atuação de duas fábricas, estando atualmente com quatro delas em funcionamento, o que resultou num faturamento de R$ 1 bilhão.Antes da aprovação, o Grupo João Santos já havia firmado o maior acordo de transação tributária do País com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que assegura a quitação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para mais de 22 mil trabalhadores.

Os copresidentes do Grupo, Guilherme Rocha e Nivaldo Brayner, afirmaram que a aprovação do plano pelos credores representa a chegada de um novo tempo para o Grupo João Santos. “É algo que fortalece nosso ânimo e a confiança na correção das medidas para o enfrentamento aos desafios que ainda se apresentam. Podemos afirmar que um novo tempo chegou para o Grupo João Santos”, diz Nivaldo Brayner.Mais duas fábricas serão reativadasDentro do planejamento do Grupo João Santos está a reabertura de duas fábricas, sendo uma em 2025 e outra em 2026, totalizando seis em pleno funcionamento a partir de 2026.Foi o que relatou o economista João Rogério Alves Filho, da PPK Consultoria, responsável pela estruturação econômico-financeira do plano de recuperação judicial.“Desde o início do plano de Recuperação Judicial, o Grupo já retomou a atuação de duas fábricas, estando com quatro unidades em pleno funcionamento, o que já resultou num faturamento de R$ 1 bilhão”, relata.A expectativa é de que, após a homologação do plano de recuperação judicial, o Grupo João Santos desembolse cerca de R$ 500 milhões em 12 meses para pagar a cerca de 26 mil credores.Conforme detalha Alves Filho, o acordo foi aprovado por 59,91% dos credores presentes na assembleia realizada. Segundo o advogado Gustavo Matos, sócio do Matos Advogados, escritório que conduz o processo, a votação alcançada reflete o resultado de intensas negociações com os diversos agentes interessados no conjunto de negócios que integram o Grupo João Santos.Alves Filho acrescenta que, a partir do processo recuperacional, mais de 22 mil credores estão em processo de recebimento de todos os créditos referentes ao FGTS.“No total, são cerca de 26 mil, porque tem credor que não é só relacionado ao FGTS, mas a outras coisas também, e credor que não está relacionado à questão trabalhista. A expectativa é de que até dezembro do ano que vem cerca de R$ 500 milhões sejam pagos e pelo menos 24 mil credores já tenham recebido integralmente seus valores”.SAIBA MAISFaturamento chegou a R$ 1 bilhãoMudança de gestão O GRUPO JOÃO SANTOS passou por uma mudança de gestão a partir de agosto de 2022 e teve seu processo de recuperação judicial iniciado no final de dezembro daquele ano, quando começou um trabalho minucioso de levantamento do patrimônio, dos credores, do passivo e dos ativos. Em pouco mais de um ano, o Grupo retomou a operação de duas fábricas, somando quatro em atividade em 2023, o que resultou num faturamento de R$ 1 bilhão. A PERSPECTIVA é de que, no próximo ano, seja realizada a reativação de mais duas unidades fabris, e de outras duas em 2026.Acordo com a procuradoria EM AGOSTO DE 2023, o Grupo João Santos fechou acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para a regularização de dívidas de cerca de R$ 11 bilhões. Com descontos sobre juros, multas e encargos, a dívida ativa com a União foi reduzida para cerca de R$ 4 bilhões, sendo que R$ 2,5 bilhões já foram pagos com prejuízos fiscais. Outros R$ 230 milhões foram pagos em dinheiro, valor que foi utilizado para o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).Plano aceitoO PLANO DE RECUPERAÇÃO judicial foi aprovado com aval de 59,91% dos credores que estavam presentes na assembleia geral. Durante a reunião, os representantes do Grupo apresentaram uma nova proposta, que dobrou o valor a ser pago aos credores trabalhistas. O grupo As atividades do grupo no segmento sucroalcooleiro foram iniciadas em 1934, na cidade de Goiana, em Pernambuco, ampliando os segmentos de atuação a partir de 1951, com a fundação da fábrica de Cimento Nassau, marca reconhecida nacionalmente.Anos depois, mais fábricas foram incorporadas nos estados do Pará, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Espírito Santo e da Bahia. Depois ampliou a atuação para segmentos de celulose, agronegócios, comunicação, com a Rede Tribuna, e serviços como táxi aéreo e logística.

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